sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

JOJO RABBIT- COM SPOILER

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Jojo Rabbit é um dos indicados para o Oscar 2020 para a categoria Melhor Filme. A personagem principal Joohannes Betzeler (Roman Davis), um menino que ganha o apelido de Jojo Rabbit por não conseguir matar um coelho,  tem um extrema paixão pela Alemanha nazista, tão grande que o amigo imaginário é  Adolf Hitler. Ao longo do filme, Jojo tem a visão de mundo alterada quando descobre que a mãe (Scarlett Johansson) esconde uma judia no sótão (Thomasin McKenzie).

O filme nada mais é do que a Vida é Bela do outro lado: "em vez de colocar a fantasia da Segunda Guerra do lado dos judeus, vamos colocar do lado dos nazistas; em vez de um pai, colocamos uma mãe que tenta abstrair o filho do mundo ao redor e  que, no seu pequeno micromundo, desafia o sistema; reciclado e roubado, but gold."

E o que me deixa mais estarrecida é a ironia do Jojo Rabbit  ser um dos indicados ao Melhor Filme em Hollywood. Não sei se alguma vez na vida você se perguntou da onde Hitler tirou tanto dinheiro para financiar a sua ditadura, pois bem, a própria Hollywood foi uma das grandes financiadoras deste regime horrível. Contudo, a magia do cinema é sempre capaz de reescrever a história conforme o gosto do freguês, aquela bandeira hipocritamente americana marchando sobre as ruas alemãs como se o interesse deles fosse unicamente salvar os judeus é algo risível. 

E este empurrão forçado de colocar os americanos como os legais da história é reforçado quando se coloca uma das atrizes símbolo do americanismo para interpretar uma alemã.

Hitler é colocado como um louco único nesta mancha da história, mas podemos adicionar a Coca-cola, a Johnson and Johnson e por aí vai... Vários loucos que mudam a versão da história ao seu bel-prazer, ganharam a guerra e agora se colocam como santos.

E, novamente, o cinema fala sobre nazismo. Já perceberam como o tema é reiterado? Que paramos no tempo? Não estou dizendo que não seja importante falar sobre o nazismo, é muito importante e sempre será. Mas por que não colocam no cinema O Genocídio Armênio com a mesma intensidade do que o Holocausto? Ocorrido no início do século XX, O Genocídio Armênio foi um extermínio pelo Império Otomano (atual Turquia) dos súditos armênios, o número de mortos é estimado entre 800 mil e 1,5 milhão. Abaixo, segue uma das fotos desta atrocidade.

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Acredito que falta diversificação no cinema, mostrar que outros povos também sofreram ou sofrem mazelas tão terríveis quanto os judeus, talvez, se houvesse uma maior divulgação dessas tragédias, haveria menos xenofobia. Utópico demais? Talvez, mas se conseguem fazer um monte de marmanjo chorar porque o Homem de Ferro morreu em um filme, imagine se fizessem o mesmo esforço para os seres humanos de verdade?

E fora o negócio da dancinha? Quem iria fazer uma dancinha com o namorado morto, a família morta, após ter vivido no porão/sótão alheio passando-se sei lá o quê, subnutrida (a atriz estava até que bem gordinha ali) e passando por todo o sofrimento psicológico e terrível? O filme foi tão romantizado que não consegui sentir empatia por nenhuma das personagens.

Li muitos comentários e ouvi outros tantos de pessoas que riram, choraram, choraram e riram e dizendo que o filme é excelente.

Não vou falar que achei chato, mas concorrer para melhor filme é demais.

Os atores não são bons, tirando a Scarlett e o Sam Rockwell (que interpreta um militar que matou a caralha de gente, mas por algum motivo divino tem dó da judia escondida no sótão) e acho que isso contribuiu ainda mais para a minha falta de empatia.

É fácil fazer sátira com o Hitler quando o mundo inteiro faz, quero ver fazer uma com o Winston Churchill, que matou vários indianos e outros tantos seres humanos de países que estavam sob a égide do regime inglês. A visão maniqueísta empobrece o cinema, na história não existem bonzinhos e mauzinhos, existem indivíduos compostos por estes dois elementos.

Se você deseja ver uma versão de Vingadores da Segunda Guerra Mundial, cheia de efeitos especiais, drama, comédia e os americanos vencendo no final, veja Jojo Rabbit.


OSCAR 2020



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Como o Oscar está próximo, não sei se conseguirei ver todos os filmes que estão concorrendo neste ano de 2020. Contudo, dos poucos que vi, não gostei nada das críticas: uma parece um copia e cola enfadonho da outra.
Com certeza aqui você também verá um monte de palavras empilhadas e tendenciosas tropeçando umas sobre as outras para tentar chamar a atenção do leitor.
Então, qual será o diferencial? O diferencial é que prometo colocar a minha sinceridade no papel. Não sei você, mas acho que falta um pouco de alma nos comentários, tudo tão massificado. Não digo que são todos os blogs, mas a maioria. Por exemplo, é só procurar as críticas do filme Coringa: sociedade perversa, coitado dele, Joaquin Phoenix é demais e um monte de elogios. Difícil encontrar um blog que critica o filme (e dos poucos trechos que vi, não é tudo isso não...)
Enfim, sinta-se à vontade para comentar, participar e exponha suas discordâncias.
Bem-vindo ao Críticas Sinceras de Cinema! :)